Base na Bíblia: Lucas 15: 1, 18-20 “... Certa ocasião, muitos cobradores de impostos e outras pessoas de má
fama chegaram perto de Jesus para o ouvir. ... Vou voltar para a casa do meu
pai e dizer: Pai, pequei contra Deus e contra o senhor e não mereço mais ser
chamado de seu filho. Me aceite como um dos seus colaboradores. Então saiu dali
e voltou para a casa do pai. Quando o rapaz ainda estava longe de casa, o pai o
avistou. E com, muita pena do filho, correu, e o abraçou, e beijou...”
A palavra “pródigo”
estende por si só o pensamento humano, assim que verificamos sua
funcionalidade. Tudo se resumo a ser generoso ao dar, liberal, em caridade, mas
não faz alarde disso e magnânimo por um lado, fato esses que deixam sempre um
ar agradável ao que faz e ao que vê essa celebração, declarando se tratar de
uma pessoa boa; e agora por outro lado tem o significado daquele que gasta mais
do que o necessário, gastador, esbanjador, perdulário e displicente nesse caso
para tirar toda a alegria do que vê e do que faz quando estiver vivendo desta
maneira.
Jesus trata da parábola
do filho pródigo. E isso ocorre exatamente por estar falando com ouvintes que
eram desprezados por sua conduta, mas não falava direto para eles e sim para os
que criticavam (fariseus e escribas) que esses se chegassem para ouvir. Essa
era a 3a. (Terceira) parábola sobre o mesmo assunto pertinente a esse
comportamento de exclusão que muitos a exemplos desses fariseus e escribas sempre
usam. O cuidado, o respeito para os ouvintes era claro e sua transparência
ultrapassava a barreira da etnia, classe social e poder aquisitivo,
simplesmente pelo amor que pode surpreender o mais duro coração. Talvez
possamos estar falando de uma das parábolas mais comentadas e conhecidas entre
todos os povos. Assim procurei isolar uma parte em que ocorre a retomada da
consciência do filho pródigo. Também, isolado foi, uma atitude natural do pai
desse homem.
Sabemos que ao pedido do
filho, houve por parte do pai a divisão da partilha doa bens existentes e a
parte que coube ao mais novo lhe foi dada e este com o que possuía deslocou-se a
um lugar distante e lá fez uso de sua parte. Com o passar do tempo a situação
mudou para esse jovem e por um acaso do destino, mudou sua posição de possuidor
para possuído inclusive para se alimentar. O modo de pensar do filho pródigo,
quando caiu em si, parece ser diferente de nossos dias, pois esse assumiu sua
condição errada pelas suas atitudes e aceitou ser reposicionado na escala
hierárquica de sua família e na casa como no nível de um empregado. O pai pelo
texto identificamos que todos os dias nutria o desejo de rever seu filho, e
também age diferente de nossos dias, não ficou indo atrás, ou mandando espias
para o vigiar, respeitou a vontade do filho, mas todo o dia o esperava se volta
ao lar.
O filho resolve voltar e
falar de sua decisão contentando-se em ser agora um empregado, mas quem o vê ao
longe e corre em sua direção, foi o pai, não o interessado ao cargo de
empregado, mas recebeu o abraço, o beijo e somente neste momento declarou ao
pai a razão de sua volta. Surpreendido foi ele, pois muito além do que
esperava, o pai não só o recebeu mas deu em honra a ele uma grande festa. Imaginemos
agora como ficou a mente desse homem ao ser surpreendido com o tratamento em
sua volta. Poderia ser: poxa esperava uma bronca, um sinal de desaprovação, e
por fim um simples aceite, do tipo pode ir trabalhar, e por fim um simples
prato de comida e nada além. Mas o cuidado demonstrado pelo pai deve com
certeza ter feito ele se beliscar e dizer para si mesmo: devo estar sonhando.
O pai por sua vez, sempre
esperou contra as possibilidades naturais e das circunstâncias o retorno desse
filho perdido ao abrigo e aconchego de sua presença e de seu lar verdadeiro. Jesus
apresentou aos presentes o respeito e o valor de cada alma humana perante o
Criador e qual é seu empenho de buscar e dar a oportunidade necessária para
resgatar cada vida humana de suas próprias prisões e armadilhas que caíram ao
longo de sua existência, assim seja você criança, jovem, adulto ou ancião ciente
de que será surpreendido ao retornar em direção ao Pai.
Do seu irmão em Cristo,
Marcos de Paula
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