Base na Bíblia: João 04: 27-35 “... Naquele momento chegaram os seus discípulos e ficaram
admirados, pois ele estava conversando com uma mulher. Mas nenhum deles
perguntou à mulher o que ele queria. E também não perguntaram a Jesus por que
motivos ele estava falando com ela. Em seguida, a mulher deixou ali o seu pote,
voltou até a cidade e disse a todas as pessoas: Venham ver o homem que disse
tudo o que tenho feito. Será que ele é o Messias? Muitas pessoas saíram da
cidade e foram para o lugar onde Jesus estava. Enquanto isso, os discípulos
pediam a Jesus: Mestre coma alguma coisa! Jesus respondeu Eu tenho para comer
uma comida que vocês não conhecem. Então os discípulos começaram a perguntar
uns aos outros: Será que alguém já trouxe comida para ele? A minha comida disse
Jesus é fazer a vontade daquele que me enviou e terminar o trabalho que ele me deu
para fazer. Vocês costumam dizer: ‘Daqui a quatro meses teremos a colheita’.
Mas olhem e vejam bem os campos: o que foi plantado já está maduro e pronto
para a colheita. ...”
“... Naquele
momento, os talmidim chegaram. Eles ficaram admirados por Yeshua estar conversando
com uma mulher, mas ninguém lhe disse: ‘Que você quer?, ou ‘Por que você está
falando com ela?’. Então a mulher deixou o jarro, voltou à cidade e disse às pessoas
de lá: ‘Venham, vejam um homem que me disse tudo o que já fiz. Será que ele não
é o Messias?’. Então saíram da cidade e partiram ao encontro dele. Enquanto isso,
os talmidim insistiam com Yeshua: ‘Rabbi, coma alguma coisa’. Mas ele
respondeu: ‘Tenho um alimento para comer que vocês não conhecem’. Então os
talmidim perguntaram entre si: ‘Será que alguém lhe trouxe comida?’. Yeshua
lhes disse: ‘Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e concluir
sua obra. Vocês não dizem: ‘Daqui a quatro meses, haverá colheita’? Bem, o que
lhes digo é: abram os olhos e olhem para os campos! Eles estão maduros para a
colheita! ...”
Os discípulos que foram em grupo, provavelmente de doze, e talvez mais alguns
acompanhantes, agora regressam ao Mestre (voltam para o Mestre), eles estão vindo
de sua ida a Cidade para comprarem comida e voltam seguros entre si, porém de
imediato, ao chegarem perto, notam algo diferente acontecendo diante de seus
olhos.
Um judeu conversando naturalmente com um samaritano já seria algo inédito,
mas com uma senhora mulher, mais confuso ainda ficaram, porém por serem discípulos
se limitaram a ver a cena e mesmo com perguntas em suas mentes decidiram não
questionar nem ao Mestre nem a mulher e pouco depois de eles (Jesus e a
samaritana) se falarem, a mulher deixa sua ferramenta de trabalho (o pote) e
sai de diante da presença de Jesus e de seus discípulos e some de suas vistas.
A parábola denominada de “O filho pródigo”, narra muito bem essa conduta de
um filho que resolve sair da presença de seu anfitrião (o pai) e percorrer só sua
jornada de vida, na narrativa encontramos bons e maus momentos acontecendo em
sua exploração pessoal, mas no desfecho encontramos um filho que retorna e este
está resoluto a abdicar de seu direito (que já havia aberto mão, ao pedir sua
parte da herança) de filho, para ser tratado como um servente na casa de seu pai.
Muitas pessoas durante sua vida, trazem em sua memória ensinos de seus
tutores, que lhes delegaram valores e agregaram caráter em suas condutas de
vida e quando não o é possível estar com eles fisicamente, trazem a memória seus
ensinos de mestres, para poderem decidir sobre inumeras questões e assim tomarem
suas decisões pessoais, isso acontece muito na cultura do oriente, mas também é
possível encontrar no ocidente está pratica também de vida.
A mulher chega a cidade e vai a algum ponto, seja praça, ou local de encontro
dos cidadãos daquela localidade e começa a anunciar a todos que encontrou uma pessoa
que falou tudo o que ela era e os convoca para irem ver se aquele não seria o
Messias que todos esperavam; muitos atendem a sua convocação e seguem para onde
ela estava.
Os discípulos por sua vez, agora estão ao lado de seu Mestre e como zelosos
por ele, estão convidando Yeshua para comer, o que trouxeram, mas sem sucesso,
e passam então entre si a se questionarem se alguém lhe havia alimentado
enquanto eles estavam fora.
Jesus se volta a eles e declara que a comida que tem para comer está em
primeiro lugar em fazer a vontade daquele que o enviou e terminar o trabalho
que começou.
Em nossa cultura de consumo nos dias de hoje, seria uma das maneiras de
ferir o regimento do trabalho, pois todos tem o direito a uma refeição ou pausa,
assim durante a jornada do trabalho será sempre obrigatório definir uma pausa e
somente depois retornar as atividades, mas para a cultura da época e oriental
em primeiro lugar vem o servir que está além do sacrificar, resumidamente seria:
entregar concluído o que lhe foi solicitado.
As palavras de Jesus menciona a eles sobre um ditado popular usado entre eles
mesmos, o qual mencionava que em quatro meses viria a colheita, da data em que
estavam, agora ele pede para que eles olhem o campo e percebam que já estão os
frutos prontos para a colheita (cereal ou fruto) sim já estão maduros para colher.
A volta dos discípulos para o Mestre traz um ensino que ampliou a eles, o modo
de avaliarem as circunstâncias a sua volta, e por que quem sabem não seria o
fato de Jesus estar apontando para a multidão que estavam vindo em suas
direções, chamados pela senhora mulher samaritana, pois ela tinha também
voltado ao Senhor.
Do
seu irmão em Cristo,
Marcos
de Paula