sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

OSCILAÇÃO FINANCEIRA. Parte I.


Base na Bíblia: Lucas 15: 11-15 “... E Jesus disse ainda: Um homem tinha dois filhos. Certo dia o mais moço disse ao pai: ‘Pai quero que o senhor me dê agora a minha parte da herança.’ E o pai repartiu os bens entre os dois. Poucos dias depois, o filho mais moço ajuntou tudo o que era seu e partiu para um país que ficava muito longe. Ali viveu uma vida cheia de pecado e desperdiçou tudo o que tinha. O rapaz já havia gastado tudo, quando houve uma grande fome naquele país, e ele começou a passar necessidade. Então procurou um dos moradores daquela terra e pediu ajuda. Este o mandou para a sua fazenda a fim de tratar dos porcos...”


Seja por excesso de oferta para o Mercado consumidor, ou mudanças climáticas, muitos são os meios e os fatores que colaboram para que haja oscilação financeira, para todas as sociedades existentes no Planeta.  Desta maneira sempre existem mudanças de mãos dos valores financeiros que tendem na maioria das vezes a se manterem nos conjuntos que movimentam grandes volumes, mas muitos que vivem ainda hoje já presenciaram, ou viveram na mesma época, ou ouviram da quebra da Bolsa de Valores de Nova York em outubro do ano de 1929 e o efeito direto em uma Nação e o cascata em outras Nações.

Jesus chama a atenção de seus ouvintes, ao apresentar esta parábola que mostra um comportamento familiar, fora dos padrões considerados como naturais para a sua época. Para nossos dias e cultura esse tipo de ação passa desapercebido, sem muitas consequências futuras, porém devemos lembrar que a formação cultural da época, era a família, a terra e o povoado onde viviam; todos com responsabilidades uns para com os outros, para o bem-estar da comunidade.

O filho legitimo a herança, seria o mais velho, mas como lemos em outros textos, sabemos que era possível a divisão de herança entre irmãos, porém, o mais novo de sua casa, chega diante se seu pai e apresenta um pedido incomum para o momento, ao solicitar antecipadamente sua parte da herança.

Na cultura judaica o direito à herança pertencia ao filho mais velho e este acontecia somente com a passagem de seu pai, ou por outras regras bem definidas como invalidez do pai, em vida, ou até casos outros, como o novo casamento do pai para salvaguardar o direito aos filhos do primeiro casamento, mas em ambos os casos, era legitimo deixar registrado que somente teriam o direito quando o pai não estivesse na terra, assim em vida todo o fruto da terra seria do pai. E competia ao filho mais velho ser o intermediário em ações como esta para salvaguardar o pai e a terra a que tinha direito.

Para um acontecimento desta natureza, para todos no Povoado onde viviam era uma afronta o pedido feito ao pai (que estava declarando que o filho mais novo queria ver seu pai morto), e a omissão do filho mais velho em defender os direitos do pai ou pelo menos a terra, ainda que não tivesse muito apresso pelo pai e pelo jeito muito menos pelo irmão.

Essa diferença de cultura mostra o tamanho da atitude ruim do filho mais jovem, para com sua herança e o desrespeito a seu pai, pois mesmo atendido, o pai passaria o direito a uma porção da terra, porém enquanto vivesse tudo o que produzisse seria de direito do pai, mas pede a venda, fato que todo o Povoado ficou sabendo. Uma vez atendido, cheio de Capital (economias do pai) sai e no texto original vai para um lugar distante, que se materializou em uma cidade e com pura negligência, segundo o texto original, gasta o valor financeiro que possuía da parte de sua herança.

Uma crise financeira se abateu sobre aquele lugar devido a uma fome, que o levou a passar necessidade. A fome era algo bem conhecido pelos ouvintes de Jesus, pois já haviam passado por diversos períodos assim naquela região, isto deixou que ficassem bem à vontade, entendendo que não era algo como uma refeição por dia, mas sem nada de refeição por vários dias.

Por fim, como era conhecido naquele lugar, procurou uma pessoa e pediu para que o ajudasse, e naquele tempo era comum quando alguém não estava a fim de ajudar em nada, dar uma função desprezível para a pessoa que, por honra própria, ou dignidade pessoal recusaria, mas esse filho mais jovem aceita.

Era um judeu vivendo em uma terra de gentios, longe de seus valores e costumes, mas aceitar trabalhar a apascentar porcos era renunciar a tudo o que cria e ‘abrir mão’ do que buscava dentro de si de valores para seu padrão de vida digno, mas aceitou e foi.

Temos um pai que por amar ao filho aceitou o inaceitável, pois ficou exposto e seu filho mais velho em nada o segurou para mostrar como interlocutor entre os dois, que estava quebrando os costumes e desrespeitando o quinto mandamento e o filho mais moço estava sugerindo que o pai literalmente morresse, para usufruir dos valores financeiros.

Um filho mais novo que atinge seu alvo, e se distancia das suas raízes e usa seus recursos em terras gentílicas, provavelmente, como uma atitude de prostituição para com sua nação e imagina que pelo rigor de suas atitudes estava esquecido pelos seus, pois era moralmente repreensível, logo excluído.

A oscilação financeira chegou, com a perda dos recursos e o excesso de mão de obra, no lugar onde estava, longe de casa, que não tinha mais, na disputa por uma colocação é aceito num lugar onde o salário não dava para se alimentar e o colocou a prova sob a possibilidade de ter uma comida alternativa.

O amor as riquezas, a fortuna, a muitos valores que a Civilização nos induz, a apreciar como itens de maior valor, pode ser para a maioria o meio para se distanciar dos valores morais e éticos que fazem da base, a Família, uma Sociedade e uma Nação digna de se viver.

Jesus apresentou aos fariseus e doutores da Leis, os mestres de sua época, que estar ao lado de pessoas que por eles eram classificadas como impuras, indignas de se andar junto ou comer, eram pessoas como eles, como cada um de nós, e seja na ação do Pastor a procura da ovelha, ou da Mulher a procura da moeda de prata, foram achadas, mas agora temos um ser humano que vive sua vida e toma as suas decisões.

Esse pai pode ser comparado ao Eterno Pai, que aceita a decisão do filho e o filho aos homens daquela época que chegaram até a nossa época, e mantinham suas diferenças entre si, mas para decidir agora fica a decisão para cada um, pois Jesus disse: Não se pode servir a dois senhores, por exemplo: a Deus e as riquezas, pois um será mais preferido que o outro e se perderá sem servir a ambos.


Do seu irmão em Cristo,
Marcos de Paula






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