sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

COMPARAR POR SEMELHANÇA.


Base na Bíblia: Marcos 02: 18-22 ... Os discípulos de João Batista e os fariseus estavam jejuando. Algumas pessoas chegaram perto de Jesus e disseram a ele: Os discípulos de João e os discípulos dos fariseus jejuam. Por que é que os discípulos do senhor não jejuam? Jesus respondeu: Vocês acham que os convidados de um casamento jejuam enquanto o noivo está com eles? Enquanto ele está presente, é claro que não jejuam! Mas chegará o tempo em que o noivo será tirado do meio deles; então sim eles vão jejuar! Ninguém usa um retalho de pano novo para remendar uma roupa velha; pois o remendo novo encolhe e rasga a roupa velha, aumentando o buraco. Ninguém põe vinho novo em odres velho. Se alguém fizer isso, os odres rebentam, o vinho se perde, e os odres ficam estragados. Por isso, o vinho novo é posto em odres novos...

Todos os dias o ser humano desperta e inicia seu processo natural de comparação, buscando fatos, coisas, acontecimentos semelhantes para as suas tomadas de decisões necessárias para viver seus momentos de cada dia.

Fato que podemos considerar como recorrente ao observar em toda a história escrita ou narrada, pois, vivemos em grande parte por semelhança e poucos ousam romper essa realidade buscando identificar novo meio de viver.

No texto lemos que pessoas não identificadas por Marcos, chegam próximas de Jesus e analisam o comportamento de seus discípulos, comparando-os com os discípulos de João o Batista e com os discípulos dos fariseus os quais estavam a jejuar, eles com certeza também estavam buscando trazer uma forma, um meio ou uma semelhança de ritos religiosos.

Assim como a história apresenta que cada religião ao longo dos tempos tem se adequado, buscando semelhanças, ora ao modismo do momento em que vivem, ora a pegar ideias de uma ou outras religiões e adotarem para manter seu culto e ora para acalmar os ânimos de seus membros ou participantes, ou simpatizantes, etc...

Jesus sempre sem exceção anunciou a chegada do Reino de Deus, o arrependimento necessário de cada um e também ensinava a todos para apresentar a vontade de Deus e jamais de pessoas comuns (ainda que essas fossem investidas de autoridade por outros seres humanos), mas Ele nunca seguiu o método de ensino e práticas religiosas destes, mesmo sendo judeu, zeloso e praticante em cumprir toda a Lei.

Podemos imaginar que seria um erro dele, afinal eram os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó que as praticavam (ensinos e regras, ...), mesmo assim, sabemos que Jesus ia a Sinagoga aos sábados quando fora de Jerusalém e ao Templo todos os dias quando em Jerusalém, porém mantinha a pregação do Reino de Deus e arrependimento e o ensino sem se misturar com a religião vivida pelos descendentes da promessa feita a Abraão.

Um motivo claro foi descrito por João, o discípulo ao escrever: Deus enviou seu Filho por que amou o mundo (não gentios e gentios) e não achou um justo se quer, e Jesus sabemos que veio para cumprir a Lei e os Profetas e não para discutir ou apresentar seu ponto de vista sobre o proceder de cada Escrita Sagrada, afinal Ele era a própria Escrita, o autor e o verbo como foi declarado por João, um de seus discípulos.

Procuramos adequar as situações e os momentos em que vivemos, cedendo um pouco aqui, endurecendo um pouco ali e achando que esse é o meio seguro de se manter aos pés do Criador.

Quando vemos coisas que fogem ao padrão, assim como as pessoas que se achegaram a Jesus, também procuramos imediatamente trazer para o mundo da semelhança e dizer ao que faz, que deve ser tudo igual, para que acalmemos nossa consciência da possibilidade de estarmos errados em nosso proceder.

Jesus declarou um fato, citando que o jejum é importante, mas tem o seu momento para ser feito, e apresentou a figura do Noivo para expressar o motivo de que seus discípulos ainda não jejuavam, deixando claro que não era uma obrigação, mas sim um ato de amor para com o seu Senhor, ou amigo, ou o Noivo.

Mostrar ou aparentar como era costume da época deixava claro que tinha uma outra conotação muito grande para si mesmo e em contrapartida, muito pequeno a quem era dedicado o jejum.

Jesus mostra outras comparações que podem chocar, mas apontam para a verdade que Cristo é a Vida, a Porta de entrada e a religião ao inverso se tornou a porta que pode fechar os olhos ao Salvador.

Iniciou citando a roupa velha que precisa de remendo, logo precisa de ajuda para se manter em estado de uso, mas completou que não serve qualquer retalho, tem que ser o velho, para que possa continuar a ser útil.

Apresentou também o vinho que acabou de ser elaborado e está pronto para ir a um odre para continuar seu processo natural, para este também mostrou que o odre velho não tem mais serventia para esse processo e sim é necessário para o vinho novo um novo odre, para ter sucesso no processo de um bom vinho.

O Mestre também fez comparação por semelhança para explicar o porquê de seus discípulos até então não jejuarem, porém com uma diferença clássica, Ele não tentou se adequar a realidade presente e sim mostrar que existe um Novo e Vivo Caminho que leva ao Pai, o Criador, a todo aquele que pede, bate e busca, não uma nova religião, mas sim a mesma que existe desde o primeiro Adão, porém sem misturas de pano velho com pano novo, ou vinho novo com odre velho.


Do seu irmão em Cristo,
Marcos de Paula







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